Indústria do Amanhã - Maio

Maio de 2025 - Por Gabriela Duarte

[reflexões industriais]

Sua equipe está preparada para a Indústria do Amanhã? Conheça verdadeiro motor da Inovação

A nova era já chegou. E a sua equipe?

As faces da Indústria 4.0, evidenciadas por meio de automação avançada, inteligência artificial, sustentabilidade e outros modelos empregados, estão cada vez mais deixando de serem consideradas meras tendências e ocupando o local de pilares estratégicos.

Contudo, apesar dos fortes avanços tecnológicos, é indispensável analisar a atuação das pessoas como uma competência fundamental nesse processo, o que nos leva para a reflexão: o fator humano está evoluindo no mesmo ritmo? 

O desafio oculto: o gap de competências

Com o avanço tecnológico, o desafio do gap de habilidades se intensifica. Competências como pensamento sistêmico, fluência digital e capacidade de inovação passam a ser tão fundamentais quanto o conhecimento técnico. Segundo o "Future of Jobs Report 2023", do Fórum Econômico Mundial, 44% das habilidades dos trabalhadores devem mudar nos próximos cinco anos, levando em consideração o avanço tecnológico e as transformações digitais.

Olhando para o cenário da transformação digital na indústria, o quesito cultural e organizacional (ou seja, o fator humano) da empresa é de suma importância. Prova disso é que no Índice de Avaliação de Maturidade Digital elaborado pela Universidade de Aachen (referência em indústria 4.0) avalia não somente os aspectos e competências digitais de uma organização, mas, também analisa profundamente a estrutura interna, a disposição para mudança e a colaboração social da empresa a fim de identificar em que medida a cultura organizacional está preparada para sustentar e impulsionar a transformação digital.

Porém, apesar dessa mudança nas relações, é evidente que muitas empresas ainda permanecem atuando com modelos ultrapassados de gestão, por meio de lideranças que não destacam a necessidade real do desenvolvimento humano em cooperação com as mudanças vigentes. Isso resulta em uma desordem perigosa entre as demandas do mercado e as capacidades de entrega das equipes. 

 Mapeamento de cultura: consciência antes da ação

Ferramentas como o Barrett Values Assessment, o Denison Culture Survey e o CultureAmp são continuamente utilizadas para mapear os valores, práticas e percepções internas, oferecendo um diagnóstico de fato eficaz sobre o ambiente humano das empresas. Esses instrumentos são caracterizados como um fator determinante para identificar lacunas e manter transformações digitais estruturadas. Dessa maneira, as pessoas acabam se tornando o centro das mudanças, compreendendo que a cultura organizacional é um passo essencial para preparar as equipes para a Indústria do Amanhã.

Mini Guia Prático: Por onde começar?

Mapeie a maturidade da sua equipe	Use ferramentas como o Maturity Scan, Barrett Values Assessment, o Denison Culture Survey e o CultureAmp, plataformas online que identificam onde a organização está e onde quer chegar. Obs: A VDI-Brasil inclusive tem um grupo de trabalho chamado Maturity Scan :)
Promova diálogos sobre competências humanas	Incorporar temas pautados em colaboração, inovação e escuta ativa no cotidiano de uma corporação estimula a criatividade e o trabalho em conjunto, tópicos fundamentais para a transformação cultural.
Estabeleça rotinas de aprendizagem contínua	É crucial capacitar as equipes em um mercado cada vez mais exigente. Para isso, diversos programas podem ser elencados com a finalidade de continuamente tornar os colaboradores aptos às mudanças existentes. Para ilustrar a situação, a própria VDI-Brasil possui programas de capacitação, como o Industry4Her e o Expert Training, desenvolvidos para capacitação industrial.
Diversifique suas equipes	Equipes variadas são mais inovadoras. É preciso incentivar a composição de times multidisciplinares, usando ferramentas como o teste MBTI para entender as diferentes personalidades, otimizando o ritmo de trabalho e colaboração.
Acompanhe a evolução cultural com indicadores	É importante medir o progresso da transformação cultural com indicadores de engajamento, inovação e alinhamento com os valores de cada organização.

Coragem para inovar e agir agora

Para que a inovação aconteça é necessário bem mais do que boas ideias. Coragem para desafiar o que sempre foi feito de uma maneira e a necessidade de testar novos caminhos gera uma melhoria contínua. Como destacou Francisco Wadney, professor universitário e pesquisador brasileiro, é essa inquietude que move a inovação, somada com a colaboração em equipes diversas de visões amplas. Valores humanos como a escuta ativa, agilidade e inclusão são tão importantes quanto qualquer tecnologia recente. O futuro da indústria será moldado por quem une pessoas preparadas mesclando inovação com propósito. Que tal começar agora?

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[carreiras inspiradoras na indústria]

Excelência técnica e inclusão: a trajetória inspiradora de Mary Jackson

Foto: Divulgação/Nasa

Nesta edição, destacamos a trajetória de Mary Jackson, engenheira que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da engenharia aeroespacial e que se consolidou como um exemplo de excelência técnica, resiliência e liderança.

Mary iniciou sua carreira na NASA em um período de profundas transformações tecnológicas e sociais. Com sólida formação em matemática e física, ela se tornou a primeira mulher negra a ocupar o cargo de engenheira na instituição, contribuindo diretamente para o avanço dos estudos em aerodinâmica e tecnologias de voo.

Para além de suas competências técnicas, Mary destacou-se por seu compromisso com a equidade e a formação de novos talentos. Atuou ativamente na promoção do acesso de mulheres e grupos sub-representados às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), deixando um legado rico em pertencimento e ocupação de espaços que antes não eram concedidos a grupos minoritários.

Ainda hoje, a sua jornada segue inspirando profissionais que acreditam na diversidade como um valor estratégico importante e ideal para o desenvolvimento sustentável das organizações.

Sua trajetória continua a inspirar profissionais que acreditam na importância da diversidade como vetor estratégico para a inovação e o crescimento sustentável nas organizações. Isso nos leva a seguirmos comprometidos em valorizar histórias passadas que são capazes de moldar o nosso presente e nos apontam um futuro promissor.